terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Para além da vida
Doces momentos que o tempo não apagará foram timbrados no meu coração pelo velhinho de boina.
Com a licença dos moços e moças que lêem esse texto , procuro lhes deixar um pequeno relato de amizade que o tempo, a distância, a idade, um mar de opositores , ou mesmo a morte não poderá extirpar, nem tão pouco entregar ao esquecimento.
Vivi com Luiz a possibilidade de vislumbrar uma realidade diferente, uma realidade humanista.
E ao longo do processo de auto-iluminação ao qual fui submetida através dos seus ensinamentos acadêmicos e humanos encontrei uma possibilidade incrível de futuro, encontrei “fé’’(mas não como é conhecida no termo Católico).
Aquelas tardes conversando sobre a vida, debatendo N assuntos, discutindo Darcy Ribeiro, Nelson Werneck Sodré, Milton Santos, Paulo Freire, Graciliano Ramos, Drummond, Vinícius de Moraes, Pablo Neruda, García Márquez, Lima Barreto, Jorge Amado, Sartre, Simone de Beauvoir, José Saramago,Albert Camus, Bertolt Brecht, Tolstoi, Dostoievski, Maiakovski e muitos outros grandes nomes, jogando xadrez, e simultaneamente injetando música na veia imprimem memórias e fundam em mim um ser capaz de tudo romper e criar.
Luiz me mostrou o que eu temia ver, sem pedir permissão. Me fez despertar.
E não só a mim, mas a todos que tiveram a oportunidade de vislumbrar a sua interrogante, instigante e inteligente companhia.
A hora é chegada e a saudade é eterna, mas como diria o pai de Luiz, Felippe Serpa
“Vida e Morte
Gestadas no acontecimento,
No estado tensivo
Infinito-finito,
Vidavivente-vidavivida,
Jogojogante-jogojogado,
Instituinte-instituído.
Em cada acontecimento,
Precipitação de uma das infinitas possibilidades
Do ser-sendo,
Vivemos e morremos.
Vivemos na tensão da perspectiva do acontecimento,
Morremos na precipitação do acontecimento,
E voltamos para o estado tensivo
Infinito-finito,
Vidavivente-vidavivida,
Jogojogante-jogojogado,
Instituinte-instituído,
O eterno retorno.
Na gestação do ser-ente
Está o originário do estado tensivo,
Sem fundamento,
A vida e a morte.
No cessar do estado tensivo
Está a morte,
Finitude
Vidavivida,
Jogojogado,
O instituído.
Para além da morte
O infinito,
A vidavivente,
O jogojogante,
O instituinte,
Também para além da vida.”
(SERPA, Felippe - Vida e Morte, in:Rascunho Digital
http://www.faced.ufba.br/rascunho_digital/textos/222.htm)
Amigos meus, se me perguntarem sobre Luiz imediatamente responderei com um lágrima solitária ,um sorriso sem fim e um EU TE AMO (pra ele solto no ar).
Para além da vida, o eterno Luiz Claúdio de Oliveira Serpa .
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