Passam por mim flores, pássaros, nuvens,corsas, carros, e seus motoristas nervosos,todos com seus cheiros, sonhos, cores, libertinagens,estresses, pequenas pretensões e devaneios de meros fantasmas.
No espelho a minha frente a imagem não reflete.Pergunto-me se sempre estou na posição focal.Mas não importa pra onde eu siga, persegue-me esse foco.
Quando o ser humano fica a reclamar da vida, como é de costume, o que exatamente ele quer dizer? O que é mesmo que eles chamam frustrações?
Bem mais e melhor do que eu, eles podem ver sua imagem refletir.Eles podem passear de mãos dadas, e dizer-se feliz.
Cor de sangue, eu vejo muito, vermelho vibrante na areia. E choros,dor,brigas,tiros, essa ininterrupta massificação do ódio. O que eles pensam? Será que ao menos pensam?
Sento-me aqui não como um Deus , mas como um eterno observador.
Não preciso me encontrar, não preciso de buscas, não preciso do amor, da natureza, ou mesmo de você .Jogo charme pra quem passa e não vê ,escrevo em papel que não toco, frases com um quê de fé.
Parem o metro que eu quero subir.Quero namorar a vida! Sentir o ar fresco, sentir a dor do parto, dizer ''oi'' e obter uma resposta.Ah! Toda essa observação ja está me cansar.Niguém vê? Preciso me perder entre sorrisos, e me encontrar na solidão.E de barzinho em barzinho, flutuar um pouco mais.Escrever, tocar o papel, que você conseguir ler.
Quero esse fascínio, essa utopia tão necessária, que só quem sabe é quem vive; sabe mas finge não ver, finge não sentir.
Ah! O ser humano e suas frustrações,fichinhas pra real frustração, essa do inexistencial que carrego no peito, na alma que vibra por um sopro de vida.