segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Esqueça a parábola

Eu poderia começar este texto falando sobre como uma equação daria certo para resumir tudo . Eu poderia apenas dizer 1 + 1 = S2. Mas eu aprendi que para além da linearidade, um bom texto tem que ter profundidade. Fiz escolhas nos últimos anos das quais eu não estava preparada para vivenciar tão nova.Sem querer, perdi muito. Mas vivi! Eu poderia não o ter feito. O bom de se ter uma memória absurda como a minha, é que algumas vezes o passado parece tão presente, quase palpável. Então, o ruim é que eu só esqueço o que realmente quero. E o processo de esquecimento nunca foi algo fácil. Passei um longo período tentando acalmar coração e mente. E mesmo agora, algumas vezes minha mente ainda está inquieta. A saudade ainda é infindável, e talvez ela seja sempre, como algo que me lembre que onde quer que eu esteja, ele estará lá. Meu pai estará la. Se eu não tivesse chegado a este momento, de Parcimônia, nada do que veio após teria dado certo. Agora sobre as últimas duas semanas. A maior aventura é o auto-conhecimento, mas conhecer alguém, e conhecer o alguém é uma aventura tão importante quanto. Quando as luzes do elevador acenderam e eu desci, eu pensei, "vou colocar um pouco de graça, tentar divertir ele, ele será um bom amigo." ... Quando eu voltei pro elevador, " Eu te disse pra ser paciente. Eu te disse pra ficar bem. Eu te disse para ser ponderada. Eu te disse para ser gentil. E eu te disse pra amar. " lá estava meu pai ... e eu pensei " eu te disse pra amar. " ... mas já ? O.O Eu não quis entrar no elevador... foi difícil. Mas entrei sorrindo. E todos os segundos seguintes, me encontrava sorrindo. E mesmo quando chorei, estava feliz. Nunca me importou o que as pessoas pensam, não me importa se dizem que tem uma fórmula pronta ou um esquema para se amar. Tudo está muito claro, e hoje isto me basta. Oh ! Então, é isto. Finalmente é isto. Isto, agora, isto é amor. E eu estou, sinceramente feliz.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

"Para me ensinar"


Lolita saiu de casa , com seu vestido preto de bolinhas brancas , sua tiara vermelha no cabelo castanho escuro, uma meia-calça listrada,preta e branca, um salto fino preto e uma expressão meio cansada, meio apática.
Três dias após seu aniversário de 20 anos, sentia-se carregando o mundo nas costas, tudo isso que dizem nas revistas sobre guerras e fome, e consumo exagerado, tudo isso que passa no jornal do meio-dia, e as músicas que passam em vídeos lhe causou um certo loteamento de pensamentos avulsos.
Havia esse garoto, esse amigo de pouco tempo, um desconhecido-conhecido, que não saía do seu pensamento, ela pensou "acho que ele só estava lá para me ensinar"...
eram sobre intervenções as suas conversas. Sobre como o mundo poderia mudar. Sobre como eles poderiam mudar. Falavam sobre revoluções internas para gerar uma revolução externa.
E o tempo da sua vida passava rápido, outro dia, outro lugar, eles separados e ao mesmo tempo unidos pela tecnologia. Lolita pensava em como poderia ser conhecê-lo e quando o conhecesse e o amasse até quando ele permaneceria.
Talvez em outro mundo paralelo ele fosse seu amante eterno, mas neste paralelo o único acompanhante de Lolita é o seu vestido preto de bolinhas brancas.
E Lolita pensa: um viva a internet, eu estaria melhor não sabendo o que eu não posso ter.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Bye Bye Pterópodes



O Aquecimento Global se tornou o principal tema de debate entre cientistas, biólogos, e políticos no mundo nos últimos anos.
O debate sobre os efeitos do gás carbônico na camada de ozônio é presente no dia-a-dia da sociedade, mas se fala pouco sobre o efeito desse gás nos oceanos.
A Acidificação dos Mares é responsável por dissolver a concha de mariscos e outros animais marinhos, como os corais – que levam milhões de anos para se recuperar – que podem estar extintos em 50 anos segundo alguns oceanógrafos.
Os Pterópodes – pequenos moluscos de menos de um centímetro protegidos por uma fina concha - são a base alimentar da cadeia marinha e os seres marinhos que mais sofrem com a Acidificação dos Mares; e isso poderá acarretar uma extinção em massa, caso o processo não seja amenizado a tempo.
Esse efeito pode ser uma catástrofe ecológica, responsável pela extinção de várias espécies, e também uma catástrofe econômica, pois o comércio mundial de pesca movimenta em torno de 60 a 100 bilhões de dólares.
O GNT.Doc apresentou o documentário “Uma mudança no mar” esse mês, nele foi exposto o que está acontecendo em relação à Acidificação e os seus efeitos, mais informações sobre esse tema podem ser encontradas no site do GNT.
Ser sustentável é pouco, é necessário mobilização e conscientização sobre os riscos que o planeta Terra corre; riscos os quais serão sofridos pelos humanos também. É preciso mudança já, mudança real e constante.

domingo, 20 de março de 2011

Deixe a Música tocar


Esses dias sem postar nada me desligaram das palavras. Estive por horas hoje a pensar sobre o que poderia escrever, não há como puxar um tema "feliz" agora, ou tão pouco continuar o tema de morbidade, então, decidi falar um pouco sobre a Música.
Qual a primeira coisa que você pensa quando tenta se lembrar da sua primeira lembrança sobre Música? Algo que seu pais ouviam, algo que você ouviu em uma rádio, um parente tocando violão ou outro instrumento qualquer, a minha primeira lembrança da Música foi alguém cantando, um primo me balançando na rede para que eu dormisse e cantando , eu deveria ter no máximo três anos.
Estive a pensar sobre todas as pessoas com deficiência auditiva, o quão malvada a genética, os acidentes, ou uma possível ironia do "destino" podem ser com essas pessoas; a impossibilidade de ouvir uma canção, isso sim, é triste.
Eu vejo esses jovens com sede por música,eu vejo esses velhos tão jovens com Música injetada nas veias. Eu vejo escolas ensinando crianças teoria musical, eu vejo um brilho no olhar quando um indivíduo escuta uma letra que mexe com ele, eu vejo pessoas que se conhecem através da música e eu vejo outras que se apaixonam através dela, e isso é felicidade.

Música surge como uma forma de expressão humana, é simplesmente arte.
Não importa se é Rock, Erudita, Forró, Mpb, Reggae, Blues, Black Music,Dance, Country Music, Disco, Electronica,Folk, Emocore, Funk, Gospel, Gótico, Grunge, Hard Rock, Hardcore, Heavy Metal, Hip Hop, Indie, Industrial, Infantil,Instrumental, J-Pop/J-Rock, Jazz, Jovem Guarda, New Age, New Wave, Pagode, Pop, Punk, Progressivo, Psicodelia, R&B, Rap, Rock Alternativo, Rockabilly,Romantico, Samba, Sertanejo, Ska, Soul Music, Surf Music, Tecnopop, Trilha Sonora, etc... o que interessa é a penetração, o respeito as diferenças de estilo e as individualidades de cada um. O que interessa é ouvir, tocar, compor.
Deixe a Música tocar!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Para além da vida


Doces momentos que o tempo não apagará foram timbrados no meu coração pelo velhinho de boina.
Com a licença dos moços e moças que lêem esse texto , procuro lhes deixar um pequeno relato de amizade que o tempo, a distância, a idade, um mar de opositores , ou mesmo a morte não poderá extirpar, nem tão pouco entregar ao esquecimento.
Vivi com Luiz a possibilidade de vislumbrar uma realidade diferente, uma realidade humanista.
E ao longo do processo de auto-iluminação ao qual fui submetida através dos seus ensinamentos acadêmicos e humanos encontrei uma possibilidade incrível de futuro, encontrei “fé’’(mas não como é conhecida no termo Católico).
Aquelas tardes conversando sobre a vida, debatendo N assuntos, discutindo Darcy Ribeiro, Nelson Werneck Sodré, Milton Santos, Paulo Freire, Graciliano Ramos, Drummond, Vinícius de Moraes, Pablo Neruda, García Márquez, Lima Barreto, Jorge Amado, Sartre, Simone de Beauvoir, José Saramago,Albert Camus, Bertolt Brecht, Tolstoi, Dostoievski, Maiakovski e muitos outros grandes nomes, jogando xadrez, e simultaneamente injetando música na veia imprimem memórias e fundam em mim um ser capaz de tudo romper e criar.
Luiz me mostrou o que eu temia ver, sem pedir permissão. Me fez despertar.
E não só a mim, mas a todos que tiveram a oportunidade de vislumbrar a sua interrogante, instigante e inteligente companhia.
A hora é chegada e a saudade é eterna, mas como diria o pai de Luiz, Felippe Serpa

“Vida e Morte
Gestadas no acontecimento,
No estado tensivo
Infinito-finito,
Vidavivente-vidavivida,
Jogojogante-jogojogado,
Instituinte-instituído.
Em cada acontecimento,
Precipitação de uma das infinitas possibilidades
Do ser-sendo,
Vivemos e morremos.
Vivemos na tensão da perspectiva do acontecimento,
Morremos na precipitação do acontecimento,
E voltamos para o estado tensivo
Infinito-finito,
Vidavivente-vidavivida,
Jogojogante-jogojogado,
Instituinte-instituído,
O eterno retorno.
Na gestação do ser-ente
Está o originário do estado tensivo,
Sem fundamento,
A vida e a morte.
No cessar do estado tensivo
Está a morte,
Finitude
Vidavivida,
Jogojogado,
O instituído.
Para além da morte
O infinito,
A vidavivente,
O jogojogante,
O instituinte,
Também para além da vida.”
(SERPA, Felippe - Vida e Morte, in:Rascunho Digital
http://www.faced.ufba.br/rascunho_digital/textos/222.htm)

Amigos meus, se me perguntarem sobre Luiz imediatamente responderei com um lágrima solitária ,um sorriso sem fim e um EU TE AMO (pra ele solto no ar).
Para além da vida, o eterno Luiz Claúdio de Oliveira Serpa .

domingo, 9 de janeiro de 2011

Carta sem destinatário

Fortaleza-CE 09.01.2011

09.01.2011 um domingo nublado.
Eu estou tentando lembrar quais eram os planos. Aí onde tu estás , como está o céu?
Descreva pra mim , tudo ao seu redor, quem sabe eu não tento te achar.
Fui tomar um café, com um amigo essa semana, e me deu uma vontade de voltar no tempo.
Saudosismo de tantos momentos. Passado... passado... passado ... sim, eu quiz voltar. Me vi diante da minha primeira fuga.
Querendo quebrar a barreira tempo/espaço me frustrei.
Sabe como é? Frustração?
Não, tu não estavas lá , não vistes meu semblante nesse momento, ou vistes?
Então nesses domingo.. ou nessa segunda (quem sabes se tu estiveres no Japão) me responda essa carta com um sonho bom .
Pegue uma bicicleta, siga até a banca de revistas mais próxima, compre o jornal e me narre as notícias da sua localidade.
O Brasil em mim causa uma afinidade, eu confesso que não tenho essas vontades de ir embora para sempre para outro país qualquer, não é nacionalismo, é bem-estar , bem-estar aqui.
Quem sabe um dia eu vá te visitar ou tu venhas em mim esbarrar.
Hoje eu quero te contar um segredo, nessa carta, nesse momento, eu sei que é triste, tanta maldade , pobreza, fome pelo mundo e eu aqui só conseguindo pensar
em te escrever, a você que não sei quem é, para pedir-lhe que não deixes sua honra esvair-se numa ruela qualquer. Não deixe que lhe digam quem tu és, ou como deve agir ou lhe imponham o que pensar; e assim sendo, entenda que as pessoas são diferentes, respeite o pensar diferente do seu. É triste, sabemos que há todo momento irão lhe impor algo; sim, eu lhe peço para travar essa guerra constante pelo seu eu. Não se perca.
No mais, um abraço apertado de quem te quer tanto bem...

...Eu.

domingo, 12 de setembro de 2010

Banalização do Amor


Céu de baunilha ilumina o meu olhar.
Noite passada eu te vi carregando todo um vazio no peito.
Eu enfrentei muitos obstáculos, para conseguir descifrar o que há por trás dos olhares, e tu me apareces com um olhar tão facilmente decifrável que chega a ser absurdo não o fazê-lo.
Escrevo essa carta na esperança de lhe fazer entender.
A cidade está vazia, todos fugiram. A solidão reina nesse espaço e eu sou a última a permanecer aqui.
É verão , me sento a beira- mar para escrever-lhe o meu último adeus.
Lembra do café da manhã na serra?
E da forma como você me salvou de mim mesma?
Quando eu quase morri querido, você me viu.
Eu peguei o guidão da minha bicicleta e aprendi a pedalar contigo.
E em Hey Jude... os Beatles se tornaram nossa trilha sonora.
Tu tentaste me dizer várias vezes sobre as promessas não cumpridas...
mas bastou um olhar... e foi com você que cumpri todas.
Então começou a acontecer , várias e várias vezes, repetidamente você escapava do olhar ...
e incessantemente eu iniciava a busca pelo seu olhar.
O vento soprava palavras e susurros seus no meu ouvido, e as lembranças de como costumávamos ser, trágicas cenas de um filme clichê eram o que nos restava no fim .
Sua íris foi azul,verde,castanha,preta... e em todas as cores o seu brilho me encantava, para logo depois apenas parar de brilhar.
Não brinque com a minha capacidade de te encontrar.
Agora que você se foi eu já comecei a te procurar.
E para todos esses olhares que infantilmente tentam se passar pelo seu:
eu não preciso do "amor" de vocês.Estou cansada da banalização do amor alheio.

A minha busca está onde eu possa encontrar amor, apenas simples e real, e nada mais.